terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Quidam & Zaia

É acerca de uma jovem rapariga que se enfurece. Estava convencida que já tinha visto tudo o que havia para ver e o seu mundo tinha perdido todo o significado. Até que um dia se encontra com o universo do Quidam. Junta-se então a dois personagens, um alegre e outro mais misterioso que a tentam seduzir com o maravilhoso, o inquietante e o aterrador.
No Cais de Algés, aos cinco, foi-nos contada a história num palco que rodava, surpreendendo tudo e todos os que se sentaram à sua volta.




Em Macau tendo o Mário como companhia e sentada confortavelmente numa bela sala, vi o Zaia. Conta a história de uma rapariga que decide partir pelo mundo inteiro à descoberta de novas culturas e paisagens. No entanto, sem prever, é surpreendida pelo amor.



segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Varekai

Dos três espectáculos que já vi, o que mais gostei foi o Varekai.
Pelas cores, pela música ... pelo conto.
Retrata a história de um ícaro que cai do céu, parte as asas e fica na esperança que alguém as conserte.


Como todas as histórias, esta também tem um final feliz.

domingo, 14 de dezembro de 2008

Por terras de nuestros hermanos...

Partimos com destino a Madrid, mas antes, virado ao norte do país, fomos surpreendidos com a mudança da cor do alcatrão da IP3. À medida que nos aproximávamos de Bragança, os flocos de neve engrossavam fazendo com que as escovas do mini trabalhassem a dobrar e a cor negra da estrada se convertesse em branco, causando um inevitável acompanhamento dos limpa-neves.

Antes de partirmos em direcção à capital espanhola, pudémos ver a nossa cidade brigantina pintada de branco! Fantástico! E foi este o cenário que nos acompanhou até ao túnel, mesmo às portas de Madrid. O frio, esse não se intimidou e quis-nos acompanhar durante todo o fim de semana. Não importava, a ansia e o fernezim que os cinco tinham, eram o suficiente para nos aquecer e manter animados até ao dia do regresso. No fim de contas, era uma viagem que desde Junho estava planeada e marcada no calendário de cada um. Estavámos lá, por causa do nosso Cirque du Soleil.

Mas antes quisémos fazer o devido reconhecimento à cidade. O nosso hostel, ficava mesmo no centro da cidade, bem perto da Praça Maior e a dois reais passos do "Museo do Jámon". Perfeito!

O fernezim dos espanhóis era extraordinário e de admirar a energia que perdura até às 7h da manhã como se fossem 3h da tarde e acabassem de acordar. Ruas cheias de enfeites de Natal, atulhadas de gente carregada de coisas, onde a banda sonora eram os constantes e infernais apitos dos táxis que, independentemente da hora, apitavam como se o mundo fosse acabar no minuto seguinte.

Demos então a volta total à cidade. Desde os estádios do Real e Atlético Madrid à Estação de La Tocha, nada nos escapou.
Ainda na Autovia, antes de chegarmos a Madrid, avistámos ao longe quatro enormérrimos edifícios, com uma arquitectura interessante. Eram tão grandes que pareciam verem-se bem de qualquer parte da cidade. Depois de alguma pesquisa, já em Portugal, descobri que se tratam dos maiores edifícos da Europa e têm cerca de cinquenta andares.
No domingo - o grande dia do espectáculo, antes de almoçar com uns amigos espanhóis, fomos até ao Terminal 4 do aeroporto tomar o pequeno almoço com o Adérito. Quase que parecia ter vindo de propósito de Vagos, só para nos acirrar que estava de partida para um país, onde o calor era rei e senhor.
Na parte oposta da cidade, onde estava montada a tenda do Varekai, quisémos passear pelos inúmeros jardins do Parque dos Retiros que fica mesmo em frente ao Museo del Prado.

Fantástico final de tarde! As cores do sol, que vergonhosamente aparecia, combinavam na perfeição com os diversos tons de verde que enfeitavam e faziam parte do parque, repleto de jardins fantásticos que coleccionam flores, plantas e árvores de todo o tamanho e feitio, oriundos de toda a parte do planeta que pareciam escondidos e protegidos por umas modestas grades cinzentas.

Vagueámos pelos caminhos e demos de conta que também havia lagos e sumptuosos monumentos. A estupefacção foi unânime, engrandecendo em larga escala o nosso dia.



Ainda houve quem persistisse em encontrar "caches" perdidas, mas desta vez o frio, a par com o timming, foi embatível e quase aos pulinhos, fomos de mapa na mão até ao nosso ansiado espectáculo.

Uau!!! Lá estava ele! Parecíamos miúdos e os nossos lugares na terceira fila, mesmo em frente ao palco, onde podíamos ver qualquer risco mal feito em cada artista, estava à nossa espera.



No final, obviamente que a alegria e o entusiasmo tomou conta de nós. As conversas seguintes, acompanhadas de belas cañas, rondaram à volta deste maravilhoso mundo do circo do sol.

No dia seguinte, despedimo-nos da italiana com quem dividimos o quarto, fomos até à Plaza Mayor, almoçámos e retomámos o caminho de regresso a Portugal. Foi um fim de semana maravilhoso, onde ,apesar do frio e vento agreste que se fez sentir durante todo o tempo, não acalmou a boa disposição e a alegria de cinco portugueses que sairam de Espanha mais encantados e dispostos a percorrer o mundo atrás de um circo que tem muito mais do que artistas. É um místico de teatro, música e sonho que justifica bem a palavra arte.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Manto branco


Antes de contar como foi o meu fim de semana prolongado, apetece-me publicar esta foto que me chegou via email, que demonstra que Vale de Cambra não quis ficar atrás de grande parte do país e, como tal, pintou-se de branco.


Foto gentilmente cedida pela Célia

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Circo do Sol

Vou com o David, a Tânia, o Valter e a Catarina ali ao lado e... voltamos na segunda.


Motivo: é Natal e com ele vem o circo.

... é que gostamos de tradições!

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

O Lorosae de Timor

Há dias em que não me apetece escrever, outros, embora não tenha tempo, obrigo-me a inventá-lo só para satisfazer as minhas vontades.
Não podia deixar de elucidar no meu blog algo com que me indigno!
Há alguns anos atrás, lembro-me da comoção de um país unido em prol de um outro povo humilde e distante, mas que tentava nascer e libertar-se de epifanias de longos tempos.
Hoje, abri o Público e li um artigo, que a mim me sensibiliza especialmente, sobre Timor-Leste.

"A Ilha insustentável" é assim que intitula a notícia, que narra uma série de factos cruéis, mas reais, de um país que tinha tudo para crescer. Entristece-me ficar com a ideia que mais uma vez projectos políticos e militares, sucumbiram por entre interesses mais ou menos suspeitos, prevalecendo vontades e interesses de terceiros, à margem de interesses nacionais ou até mesmo internacionais.
Leio o artigo todo e parece que tudo falhou. Dá a impressão que Timor implodiu. Que perdeu a chama que outrora ganhara com gritos de louvor e apreço.
Arrepio-me só de lembrar a agitação de um país, que vestiu-se de branco e parou silenciosamente, por três minutos às 3h da tarde e que no final, estremeceu com a tão aclamada independência.
A indignação em mim, quase que ganha raízes e dá lugar a contestações de uma série de engodos que vêm agora ao de cima, querendo parecer que no fim de contas, houve um grande marketing político restando apenas dolorosas mentiras.

Upsss

Acho que fui apanhada a conduzir e a falar ao telemóvel, por dois senhores de farda azul que se dizem pertencer ao ministério da administração interna deste país...

Resta-me ter a esperança de no momento em que olharam para mim, um raio de sol lhes cegasse por dois segundos...e fizesse pensar que não passava de um breve momento em que uma mera condutora, coçava a cabeça do lado esquerdo.

Mas como me portei mal com o São Pedro no Sacre Coeur...e sendo ele o braço direito do Todo Poderoso, julgo que nada me vale virar-me para os Céus e pedir uma ajudinha!!!!


Pode ser que pelo facto de estarmos na época natalícia, haja alguma complacência tanto Lá em Cima, como cá em baixo!

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Aconchego

Está aí o frio!

Com ele vem o aconchego e faz-nos mais aconchegados a quem queremos aconchegar e querer aconchegar insistentemente a pessoa paredes meias com o nosso coração.
As ruas invadem-se de gente a fumegar pela boca, encolhidas de forma a guardar os pescoços e corpo em lã e mais lã, até ficar só a cara descoberta e encolhida, onde a pressa é predominante com um objectivo comum, o aconchego de um lugar.
Lareiras e aquecedores enfeitam salas e tornam as casas e lares mais aconchegantes, à espera romanticamente de alguém a quem aconchegar.

E foi numa noite fria, mas aconchegada, que recebi a boa nova - a decisão do aconchego para o resto da vida da Joana e Francisco! Depressa aconcheguei-os com um abraço meu e o brilhozinho nos olhos de orgulho e alegria foi instantâneo, pelo casamento da minha melhor amiga com alguém que se tornou num dos meus melhores amigos.

Hmm...e é tão bom quando o frio nos aconchega assim!

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Os maneis e marias da minha vida

Haverá alguma coisa mais profundamente estúpida do que não conseguirmos associar cara ao nome de alguém que temos gravado na lista de contactos do telemóvel?Hum?
Das duas uma:
ou foram parar lá por mero acaso ou obra e graça do Espirito Santo,
ou a minha memória já não tem GB suficientes para albergar tanto conhecimento devido à catrefada de anos que leva em cima.
...prefiro acreditar que a culpa é dos poderes Superiores.
Por isso, perdoem-me a todos os "maneis" e "marias" que passaram na minha vida, mas decidi fazer uma devida selecção de contactos e, no meu novo e rico telemóvel, só estão realmente aquelas pessoas que ainda me lembro por que é que fazem parte dela.
Neste Natal, desconfio que vou receber algumas sms`s de números desconhecidos!!!

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Desvairos

"Não sei se não seria bom haver 6 meses sem democracia" - dito, ironicamente, pela Manuela Ferreira Leite.
Desatinos de uma líder de um partido democrata, que reflete uma verdadeira improficiência e espelha a triste realidade política de um país abarrotado de políticos sem tino, sem noção e sem chama.
Enfim!!!

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Apagão

Ora, neste fim de semana apercebi-me de que tudo, tudo mesmo, precisa de umas férias ou de então da sonhada reforma.
O meu rico telemóvel, há muito que me andava a avisar que estava a chegar ao limite das suas forças, mas nunca lhe dei muita atenção. Embora, a porrada (tudo pancadinhas de amor) e quedas a que foi sujeito ao longo dos cinco anos que me foi submisso, achava que teria de durar muito mais. Foi então que a coisa, decidiu manifestar-se.
Simplesmente apagou-se! Todas as luzinhas que servem para iluminar e ajudar-me a manusear tal objecto apagaram-se!! Um autêntico apagão!
Ainda pensei em comprar um foco...mas achei que tal extra, era um pouco incómodo. Não me dava jeito, caso me desse para mudar de mala e corria o risco que não coubesse em objectos de transporte femininos mais pequenos!
Posto isto, decidi dar o descanso eterno ao meu velho telemóvel e arranjar um substituto. Então deste modo, o Natal chegou mais cedo ao Lameiro e, por intermédio do transportador dos CTT, o meu Pai Natal/ Mano, entregou-me um novo em mãos.
Agora já desfilo o meu novo telemóvel! Muito mais giro do que o velho e este, já cabe mesmo em todas as malas e bolsos mais apertados.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Com carimbo islandês

Foi a ler o blog do Markl que me apercebi, que ontem perdi um concerto que ambiciono ver há algum tempo, mas na falta de oportunidades ou compromissos que coincidem com datas, ainda não pude concretizar o desejo de ver os Sigur Rós ao vivo. Curiosamente não estou triste, porque ao que parece e a avaliar pela quantidade de vezes que os rapazes vêm cá, (pudera, na terra deles faz frio) devem de cá voltar muito mais vezes.
Esta banda oriunda da fria Islândia, foi-me apresentada, há uns anos, por um amigo meu, o Luís. Foi imediata a empatia e logo me tornei fã.
Embora não perceba nada do que cantam, confesso que o islandês é uma língua que me transcende, é com embalo e um friozinho na barriga, que faço da melodia uma boa banda sonora que tendencionalmente a uso com alguma regularidade.

Concordo que devido à invulgaridade, não é música para todos os ouvidos, mas apetece-me fazer um pouco de serviço público e dar a conhecer, a quem não conhece, os Sigur Rós com o tema Heima do mais recente álbum Agaetis byrjun.



Fiquem muito bem!

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Olhos postos na América

Hoje, mais de 200 milhões de eleitores podem dirigir-se às urnas para escolher o novo presidente de 305 milhões de americanos.

Apesar de mal termos entrado no século XXI, estamos perante as eleições do século!

Muitos desaforos, preconceitos e promessas se escreveram e discutiram por esse mundo fora. E hoje, o resto do mundo, está virado e concentrado em todos os media, sedoso de notícias, com uma esperança na mudança política americana, capaz de revolucionar a crise que se instalou e na expectativa que se criem soluções para dar a volta a isto.

Logo, sou mais uma no meio de biliões, a torcer para que se vença preconceitos e que finalmente haja um Presidente dos USA, inteligente, capaz de escrever o seu próprio discurso que com o seu timbre de voz invulgar, adicionando uma elevada dose de segurança, seja capaz de transmitir alguma esperança num futuro melhor.
Se assim for, é um virar de uma página de um livro de histórias que tem muito mais vergonhas do que orgulhos.

sábado, 1 de novembro de 2008

Treat or Trick à moda do Lameiro

Ora, diz que ontem foi o dia do Halloween, não é?
Uma tradição americana adoptada há muitos, muitos anos por nativos lameirenses. Era tudo levado à risca, com estratégias bem definidas e planeadas sempre com muito tempo de antecedência. Desde a angariação de abóboras a vizinhos às velas que as mantinham iluminadas. Acontece que o tempo passa e as pessoas crescem...mas, os mais velhos, os nossos pais, teimam em não deixar o dia cair no esquecimento.
Bem hajam, porque espero que descendentes de Valentes, Cartaxos e Marques, continuem e recriem muitos dos sustos que pregámos, a maior parte´das vezes, com resultados finais..que nem sei como descrevê-los, porque não vá algum leitor deste modesto blogue, ser uma das vítimas e avivar a memória. É que muitas das vezes, na falha de sweats, nós fazíamos tricks e que tricks!!!
Havia tanto para contar, mas é melhor as aventuras e episódios resultantes de reguilas e traquinas crianças, ficarem só entre nós. Não dúvido que ainda está bem presente na memória de todos e, ao recordá-los, provoquem grandes gargalhadas e aquele brilhozinho nos olhos de felicidade, orgulho e saudade da nossa infância feliz!

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

A Montanha e a Chuva

Um final de tarde, sentada e descalça na areia, a assistir ao recolher do sol, onde a banda sonora se resume ao piar das gaivotas e o quebrar das ondas do mar, é para mim, verdadeiramente revigorante.
Há outras, que basta abrir um livro que esteja esquecido na estante ou na mesa de cabeceira, que esconde poemas ou desabafos que por vezes parecem estupidamente banais ou com analogias sem sentido, mas que em certas alturas...parecem que se conjugam e têm um significado, que mediante o estado de espírito, são mensageiros.

Hoje, abri um e li este poema. De seguida, escutei-o cantado pelo próprio autor e pela Maria Betânia.
Maravilhosamente, senti-me a montanha...


Eu queria tanto lhe dizer
Da minha solidão, da minha solidez
Do tempo que esperei por minha vez,
Da nuvem que passou e não choveu

Minhas mãos estão no ar
Como aeroporto pra você aterrar
Também sou porto, se quiseres ancorar
Sou ar, sou terra e sou mar

Eu tenho a mão e você tem a luva,
Eu sou a montanha e você é a chuva
Que escorre e some no final da curva
E beija o rio, pra abraçar o mar

É por isso que a montanha tem ciúmes
Quando o vento leva a chuva pra dançar
Muitas vezes tudo acaba em tempestade
Raios gritam sobre a tarde,
Tardes dormem ao luar,
Anoitece à minha espera,
Amanheço a te esperar...

A montanha e a chuva - Orlando Morais

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

#41

Hoje, não me sai da cabeça esta música.



Come and see
I swear by now
I'm playing time against my troubles
I'm coming slow but speeding...
Do you wish a dance and while
I'm in the front my play on time is won
But the difficulty is coming here...

I will go in this way
And find my own way out
I won't tell you how to be
But I`m coming to much more...
Me
All at once the ghosts come back
Reeling in you now
Oh tell me when they came down crushing
It used to be
that you and me play for all of the loneliness
that nobody notices now
I'm begging slow I'm coming here...
I`m waiting
I wanted to stay
I wanted to play
I wanted to love you

I'm only this far
And only tomorrow leads my way

I'm coming waltzing back
and moving into your head
Please, I wouldn't pass you by
Oh no and I wouldn't take any more than I need
What sort of man goes by?
I will bring water
Why won't you ever be glad?
It melts into wonder
Oh, you know I'm praying for you
Why won't you run in to rain and play?
Let tears splash all over you

Dave matthews Band - #41

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Hong Kong

Estive somente dez horas, mas foi o suficiente para deslumbrar a infinidade de mais arranha céus soberbos. Na ausência de mais adjectivos que descrevam tudo aquilo que vislumbrei, limito-me a deixar algumas fotos. Espero que sejam capazes de demonstrar a imensidão desse lugar...


Lá do pico, no ponto mais alto da ilha de Hong Kong, sob uma nuvem de poluição, consegue-se ter outro ponto de vista para a gigantesca cidade.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Singapore

Singapura, esse país das mil proibições, onde reina uma das maiores potencias económicas asiáticas, assim como também é bem notória a ocidentalização.

Aqui também dois mundos se cruzam. Os habitantes são na maioria chineses, mas lá os indianos são uma comunidade de tal forma vincada, que o Little India já faz parte de uma das referências turisticas e pontos obrigatórios a visitar.

Quando descobrimos o lugar, ficámos estupefactos com a agitação que também lá morava. Ruas desinquietas, com trânsito confuso, caixotes nos passeios, lixo no chão, esplanadas repletas e restaurantes cheios, onde talheres era algo que ignoravam. Foi lá a nossa morada durante três noites e, rapidamente nos apercebemos, que o fernezim nem por sombras acalmava a qualquer hora do dia. Tudo mantinha-se aberto durante as 24 horas do dia, até mesmo o centro comercial gigantesco, o Mustafa Center. Para que conste, se me vendassem os olhos e me soltassem no meio, decerto que pensaria que estaria no país do Taj Mahal.

Singapura, ex-colónia inglesa, onde a língua oficial é o inglês, tornou-se num país moderno e excêntrico, com prédios grotescos parecendo querer rasgar o céu, evidenciando assim grandes projectos de arquitectura e engenharia, causando uma inevitável admiração pela sua singularidade. Aproveitámos o final de tarde e não quisemos perder a altura em que o sol se recolhia por detrás deles.


Com a noite, os edifícios iluminaram-se tornando-os ainda mais espectaculares e transformando uma cidade ainda mais vigorosa. Deu para ficar com bons registos.


A par disso, também é um país onde se preserva a natureza e mundo animal. Ainda tivémos tempo de fazer um Night Safari no Jardim Zoológico, mas antes, no Singapore Botanic Garden, debaixo de chuva, assistimos a um fantástico concerto de uma orquestra, que afinadamente tocavam covers americanos, num sumptuoso palco rodeado de nenúfares. Foi fantástica a sensação! Ali, a música e a natureza conjugavam-se de tal forma, que proporcionavam aos que assistiam, embora encharcados, um belo final de tarde.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Apetece-me partilhar

Simplesmente...aqui deixo alguns dos milhares de registos que trouxe na bagagem.

Gosto de retratos, por isso registei alguns.






































quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Recordações orientais

Ainda atordoada da viagem, sentada no banco da secretaria da universidade à espera de ser atendida, reflicto o meu Verão. Grande Verão! Fiz o tudo o que planeei fazer e superou as minhas expectativas. Sobretudo aprendi e é tão bom aprender! É bom sabermos que cada dia que passa enriquecemo-nos com o que assimilamos com as nossas experiências.
Em postais, que faço questão de mandar a quem mais amo, escrevi por diversas vezes que me sinto uma cidadã do mundo. Sinto que me adaptava bem em qualquer lugar e, sem dúvida que a Ásia fazia dela um segundo lar durante uns tempos.
O Sérgio, um amigo meu, que também visitou há uns anos atrás a China, havia-me avisado que depois de eu ter a percepção exacta do Oriente, teria o impulso imediato de subestimar o que anteriormente visitei. Sou obrigada a concordar com ele e fiz questão de lho dizer ainda lá. Sou europeia e defenderei sempre este velho continente, mas a Ásia, esse continente enormérrimo, onde a cultura e crenças são o oposto da nossa, com um misticismo muito próprio e com barreiras quase inatingíveis aos olhos dos ocidentais, faz dele um lugar único e apaixonante.
Recordo-me ainda da quantidade de vezes que me sentei em bancos de jardim ou num parapeito de uma montra a olhar a azáfama dos lugares, os costumes saudáveis dos chineses que ginasticavam e meditavam ou até mesmo nas simples expressões de cada pessoa que passava por mim. Pode parecer um pouco demente, mas gosto de o fazer em cada sítio que visito e, este era sem dúvida o mais discrepante dos que tinha visitado.
Impressionada com o ruído do trânsito que se misturava com os "oi men cois lois shin pun pan" das centenas de pessoas que percorriam os passeios, apercebia-me que era eu a diferente, a intrusa que teimava em fazer perceber o que ouvia ou o que lia em alfabeto chinês. Tudo tão diferente, tudo tão imperceptível aos meus ouvidos e aos meus olhos.

Porque a fila é longa, ainda tenho tempo de me lembrar da correria que foi até chegar ao aeroporto de Hong Kong, na hora da partida. Em duas horas tinha de atravessar o mar que separa Macau a Hong Kong e fazer-me chegar à ilha onde está instalado o aeroporto. Cansada e sem grandes forças para carregar as malas, um taxista chinês aborda-me e negoceia comigo o preço. O tempo era escasso, por isso rapidamente se chegou a um acordo. Por 330 $HK ficou combinado levar-me até lá. Pouco falava inglês, mas insistia repetir com um mau sotaque "beautiful beautiful". Referia-se à cidade, apontando para cada prédio, ponte ou jardins que passava e como se eu nunca a tivesse visito. Ria-me, porque admirava a simpatia e o esforço do senhor em ultrapassar tudo e todos, respeitando os radares espalhados pelas estradas, de forma a que conseguisse chegar a horas do meu check in. Resultado final, chegámos com alguma antecedência, mas o taxista fez que se enganou no troco e, com 20$HK a mais no bolso, desapareceu num ápice sem que me desse tempo de reclamar. Sorri e pensei para mim mesma: "este episódio fica com mais carisma assim." Antes das 10h30m de viagem que me esperavam, andei descansada pelas lojas que compunham o aeroporto, à espera da última chamada.
Depois de uma viagem, que por sinal, não foi tão calma como na ida, chego a Amsterdão. Habituada a duas semanas em que o trânsito todo ele se fazia pela esquerda e ao sol e calor de Macau, eis que me deparo com bicicletas e carros conduzidos do lado contrário e um vento agreste acompanhado por um sol tímido. Estava de regresso à Europa.
Uma vez que só tinha vôo para Portugal no dia seguinte, o primeiro a ser bombardeado com as minhas aventuras asiáticas foi o Francisco. Num restaurante italiano, paguei o jantar que em Agosto ficou prometido e num belo serão holandês, tive a minha primeira refeição sem pauzinhos.

Agora, resta-me pousar durante uns tempos no meu belo Lameiro da Serra, até que decida por outro destino que me obrigue a levantar vôo novamente.

domingo, 21 de setembro de 2008

Tchoi Kin Ou Mun

Subi pela última vez ao 25º andar da Torre 3 da Areia Preta com a vista fantástica para Zhuhai, China.
Depois de ter dado as últimas voltas nas ruas de Macau e, de já ter em posse o bilhete do ferry para Hong Kong, preparo-me para fazer as malas. Não apetece e parece que as forças querem ceder às minhas vontades.
É que sinto que deixo cá muito de mim e que fiz amigos para sempre. O Tiago, o Zé, a Ângela, o Ricardo R., o Zé Maria e o Ricardo Delgado ficarão nas minhas recordações e com a certeza de nos reencontrarmos em Portugal ou noutra parte do mundo.
Resta-me despedir de quem cá vim visitar...

sábado, 20 de setembro de 2008

Sentimentos macaenses

Penúltimo dia em Macau. A nostalgia é inevitável e parece querer vencer o sorriso bem largo que me acompanhou durante duas semanas. Não apetece abandonar este lar que se tornou meu, nos últimos tempos. Tenho vontade de perder o avião de Hong Kong que me leva de volta à Europa.

Neste sábado soalheiro e quente, acordo com um soar de uma guitarra que acompanha o Chico Buarque. É o Zé Maria com os seus fantásticos dotes musicais. Parecia fazer de propósito e proporcionar-me das melhores manhãs macaenses. Interpreto cada palavra que se relaciona e deambula entre adjectivos e outras tantas mais. A melancolia é bem patente e quase que derrubam lágrimas que me esforço não deixar escorrer.
Este sentimento nostálgico deve-se ao facto de me sentir uma pessoa afortunada, que não deixou escapar a oportunidade de vir para o outro lado do mundo, inserir-me no meio de uma familia já criada e de me proporcionar das melhores experiências já vividas.

O acervo de conhecimentos é enorme e misturam-se com tantos outros já adquiridos.
Vou sentir tanta saudade...

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Apaixonada pelo Oriente

É o quinto dia que estou na Ásia. Meu Deus, como é surpreendente tudo isto!

O primeiro contacto foi a caminho de Hong Kong, num avião Boeing 747-400 que partiu de Amsterdão, onde 90% dos passageiros eram orientais. Num vôo de quase 12 horas, tive tempo para imaginar qual a minha reacção ao pisar pela primeira vez terras asiáticas. Surpreendi-me porque de facto a diferente aqui sou eu. A de pele diferente, olhos grandes e arregalados, a desorientada que não percebe absolutamente nada do que se diz ou do que lê, a que vivia num país em que o trânsito circulava pela direita.

Tudo é gigantesco! Os prédios enormérrimos com andares entre os cinquenta e os cem. Quase que tocam o céu e não deixam entrar o sol. A originalidade também é bem patente. Todos muito robustos e bem desenhados, a fazer prevalecer um bom trabalho de engenharia. À noite, enfeitam-se com cores muito guerridas que faz lembrar qualquer cidade norte americana. Acho que neste campo, Nova York ou Las Vegas começam a ficar invejosas.

Em Macau, embora não haja ninguém que fale o português, é giro ver a língua de Camões bem patente em tudo o que é canto e esquina. Primeiro o chinês/cantonês e em baixo,em jeito de tradução, o português.

Macau essa terra dos trinta casinos que mais parecem mil. Cidade que durante 24h não pára. Tudo aberto e a qualquer hora da noite as ruas estão cheias. Estou maravilhada! Dá vontade de cá ficar.

Hoje, sigo para Singapura. Estou certa que venho de lá ainda mais encantada!

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Viva la vida!

Dias 14, 15 e por fim 16 do InterRail
Partimos de Veneza com destino a Marselha. O objectivo era no sul de França, apanhar o comboio com destino a Aveiro ou Coimbra. Lá, fomo atendidas com a maior má vontade do mundo por uma francesa que não falava inglês e que ironicamente, trabalhava nos serviços internacionais. "Non non non" respondia repetidamente às nossas questões. Mais tarde ainda disse, em francês, que não havia comboio para interrailers até sábado à tarde. Acho que foi a pior notícia que alguém nos podia ter dado naquele dia quela hora em que as forças estavam no limite. Por sorte, apareceu um francês, embora também não soubesse falar inglês, com a sua elevada simpatia e boa vontade, esforçou-se minimamente para nos ajudar e arranjar alternativas.
E foi o pagamento de 86€ pelo bilhete de TGV até Bordéus. Apesar disto, tivémos de permanecer até ao dia seguinte em Marselha. Ultrapassado em muito o nosso orçamento, optámos por ficar a dormir na estação. À meia noite e meia, os seguranças indicaram-nso uma sala de acolhimento, onde poderíamos passar a noite. Dirigimo-nos até lá. Por momentos não sabiamos onde era mais seguro, se na rua ou numa sala com bons metros quadrados, mas que servia de albergue para emigrantes, provavelmente clandestinos ou sem residência fixa, mendigos e alcoólicos. Encontrámos rapidamente um canto. Sentámo-nos e caladas, com receio de soltar qualquer gemido, observávamos cada pessoa que entrava. Medo! Muito medo! Não sei que plavras usar para descrever tal episódio inigualável na nossa vida. Havia pessoas dos 0 aos 90 anos, todos praticamente oriundos do norte de África, logo a lingua que predominava era o árabe, famílias inteiras entravam com cobertores e almofadas na mão. O choro, o escarrar, os gritos de discussão por um estar a ocupar o lugar indevido era constante. Provavelmente, estaríamos no lugar de alguém,mas ninguém teve a coragem de nos incomodar. Talvez o nosso ar de assustadas era bastante intimidador.
Às 4h30, fomos abruptamente acordadas pela polícia francesa. Era a hora de abertira oficial da Gare de Marseille. Ficámos aliviadas e fomos dormir para uma sala melhor, limpa e minimamente acolhedora.
Às 7h da manhã, apanhámos o comboio com destino a Pui, onde faríamos a troca com destino a Coimbra B. Todo este percurso foi mais de 24 horas. Às 8h30 de sábado, dia 16 de Agosto, chegávamos a Portugal, dando por terminado a nossa grande aventura.
Sem dúvida que saímos do nosso último comboio, muito mais felizes e mulheres. Tinhamos acabado de concretizar um sonho de adolescência e que é comum a tantos outros, mas que não tiveram a mesma chance do que nós.
O Viva la vida, dos ColdPlay, é um belo mote para dizer que de facto, a vida consegue sorrir. E durante os dezasseis dias, o sorriso e felicidade foi constante.


quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Veneza, o romantismo mora aqui.

Dia 13 dos 16 do InterRail

Mal saimos da estação esboçámos um enorme sorriso.

Sempre quisémos conhecer esta cidade italiana, onde as ruas eram feitas de canais e onde os carros dão lugar aos barcos e gôndolas. Pois a curiosidade de menina deu lugar à determinação, e agora lá estavamos nós, na famosa Veneza.

A cidade não deixou nada a desejar aos meus sonhos de criança. A cidade não segue a lógica de uma cidade normal, afinal ela não tem nada de comum. As ruas seguem o rumo dos canais e mesmo orientadas por um mapa, é natural perdermo-nos. Os labirintos também fazem parte dela e que deu aso a grandes risadas sempre que nos perdiamos.

Apanhámos um"busboat" até à Piazza San Marco. Escolhemos o mais lento, para admirar o mais possível todo o passeio. Fizémo-lo quase em silencio, sinónimo de espanto e admiração, por cada edifício que enfeitava o canal principal.



























A imponente Basílica de San Marco é a atração principal da famosa praça. Com uma fila enorme para a visitar e com a certeza que voltaríamos, preferimos aproveitar e conhecer melhor cada recanto da cidade. No fim de contas e sem querer desprestigiar os seus monumentos, a principal atração de Veneza é a cidade em si e tudo o que ela transmite.


Tal como todos os outros turistas, divertimo-nos com as centenas de pombas que coabitam com os venezianos. Não se intidam com o ser humano, basta estender os braços que tomam-nos como sendo ramos de árvore e pousam à espera de uma recompensa.

Sem nada em troca, muitas simpatizaram connosco e lá nos cumprimentaram.













As gôndolas estão por todo o lado e são o charme de Veneza. Os que a diferenciam são os gondoleiros charmosos com as famosíssimas boinas e riscas pretas e brancas, assim como os bancos ou almofadas que as compõem de forma a embelezar o passeio e abrilhantar o passeio. Ideal para casais apaixonados que ao som de cantorias de quem os guiam, assentua e realça mais o amor. Não fizemos o passeio por querermos no futuro colmatar a falha, mas com a nossa cara metade.

Numa tarde abrasadora, parámos para beber uma "birra". Repentinamente, surge uma nuvem bastante escura que tapou o sol e transformou o céu.

À noite, os restaurantes enchem e os canais refletem as luzes da cidade, dando um toque especial ao lugar, que se torna ainda mais romântico.


No outro dia, era hora de partir em direcção a casa.

Sem dúvida que éramos umas mulheres felizes. Tinhamos deixado o melhor para o fim. Enquanto não for possível voltar, guardá-la-emos na nossa memória todo o seu esplendor e encanto. Sem dúvida uma cidade a recomendar vivamente.