segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Apetece-me partilhar

Simplesmente...aqui deixo alguns dos milhares de registos que trouxe na bagagem.

Gosto de retratos, por isso registei alguns.






































quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Recordações orientais

Ainda atordoada da viagem, sentada no banco da secretaria da universidade à espera de ser atendida, reflicto o meu Verão. Grande Verão! Fiz o tudo o que planeei fazer e superou as minhas expectativas. Sobretudo aprendi e é tão bom aprender! É bom sabermos que cada dia que passa enriquecemo-nos com o que assimilamos com as nossas experiências.
Em postais, que faço questão de mandar a quem mais amo, escrevi por diversas vezes que me sinto uma cidadã do mundo. Sinto que me adaptava bem em qualquer lugar e, sem dúvida que a Ásia fazia dela um segundo lar durante uns tempos.
O Sérgio, um amigo meu, que também visitou há uns anos atrás a China, havia-me avisado que depois de eu ter a percepção exacta do Oriente, teria o impulso imediato de subestimar o que anteriormente visitei. Sou obrigada a concordar com ele e fiz questão de lho dizer ainda lá. Sou europeia e defenderei sempre este velho continente, mas a Ásia, esse continente enormérrimo, onde a cultura e crenças são o oposto da nossa, com um misticismo muito próprio e com barreiras quase inatingíveis aos olhos dos ocidentais, faz dele um lugar único e apaixonante.
Recordo-me ainda da quantidade de vezes que me sentei em bancos de jardim ou num parapeito de uma montra a olhar a azáfama dos lugares, os costumes saudáveis dos chineses que ginasticavam e meditavam ou até mesmo nas simples expressões de cada pessoa que passava por mim. Pode parecer um pouco demente, mas gosto de o fazer em cada sítio que visito e, este era sem dúvida o mais discrepante dos que tinha visitado.
Impressionada com o ruído do trânsito que se misturava com os "oi men cois lois shin pun pan" das centenas de pessoas que percorriam os passeios, apercebia-me que era eu a diferente, a intrusa que teimava em fazer perceber o que ouvia ou o que lia em alfabeto chinês. Tudo tão diferente, tudo tão imperceptível aos meus ouvidos e aos meus olhos.

Porque a fila é longa, ainda tenho tempo de me lembrar da correria que foi até chegar ao aeroporto de Hong Kong, na hora da partida. Em duas horas tinha de atravessar o mar que separa Macau a Hong Kong e fazer-me chegar à ilha onde está instalado o aeroporto. Cansada e sem grandes forças para carregar as malas, um taxista chinês aborda-me e negoceia comigo o preço. O tempo era escasso, por isso rapidamente se chegou a um acordo. Por 330 $HK ficou combinado levar-me até lá. Pouco falava inglês, mas insistia repetir com um mau sotaque "beautiful beautiful". Referia-se à cidade, apontando para cada prédio, ponte ou jardins que passava e como se eu nunca a tivesse visito. Ria-me, porque admirava a simpatia e o esforço do senhor em ultrapassar tudo e todos, respeitando os radares espalhados pelas estradas, de forma a que conseguisse chegar a horas do meu check in. Resultado final, chegámos com alguma antecedência, mas o taxista fez que se enganou no troco e, com 20$HK a mais no bolso, desapareceu num ápice sem que me desse tempo de reclamar. Sorri e pensei para mim mesma: "este episódio fica com mais carisma assim." Antes das 10h30m de viagem que me esperavam, andei descansada pelas lojas que compunham o aeroporto, à espera da última chamada.
Depois de uma viagem, que por sinal, não foi tão calma como na ida, chego a Amsterdão. Habituada a duas semanas em que o trânsito todo ele se fazia pela esquerda e ao sol e calor de Macau, eis que me deparo com bicicletas e carros conduzidos do lado contrário e um vento agreste acompanhado por um sol tímido. Estava de regresso à Europa.
Uma vez que só tinha vôo para Portugal no dia seguinte, o primeiro a ser bombardeado com as minhas aventuras asiáticas foi o Francisco. Num restaurante italiano, paguei o jantar que em Agosto ficou prometido e num belo serão holandês, tive a minha primeira refeição sem pauzinhos.

Agora, resta-me pousar durante uns tempos no meu belo Lameiro da Serra, até que decida por outro destino que me obrigue a levantar vôo novamente.

domingo, 21 de setembro de 2008

Tchoi Kin Ou Mun

Subi pela última vez ao 25º andar da Torre 3 da Areia Preta com a vista fantástica para Zhuhai, China.
Depois de ter dado as últimas voltas nas ruas de Macau e, de já ter em posse o bilhete do ferry para Hong Kong, preparo-me para fazer as malas. Não apetece e parece que as forças querem ceder às minhas vontades.
É que sinto que deixo cá muito de mim e que fiz amigos para sempre. O Tiago, o Zé, a Ângela, o Ricardo R., o Zé Maria e o Ricardo Delgado ficarão nas minhas recordações e com a certeza de nos reencontrarmos em Portugal ou noutra parte do mundo.
Resta-me despedir de quem cá vim visitar...

sábado, 20 de setembro de 2008

Sentimentos macaenses

Penúltimo dia em Macau. A nostalgia é inevitável e parece querer vencer o sorriso bem largo que me acompanhou durante duas semanas. Não apetece abandonar este lar que se tornou meu, nos últimos tempos. Tenho vontade de perder o avião de Hong Kong que me leva de volta à Europa.

Neste sábado soalheiro e quente, acordo com um soar de uma guitarra que acompanha o Chico Buarque. É o Zé Maria com os seus fantásticos dotes musicais. Parecia fazer de propósito e proporcionar-me das melhores manhãs macaenses. Interpreto cada palavra que se relaciona e deambula entre adjectivos e outras tantas mais. A melancolia é bem patente e quase que derrubam lágrimas que me esforço não deixar escorrer.
Este sentimento nostálgico deve-se ao facto de me sentir uma pessoa afortunada, que não deixou escapar a oportunidade de vir para o outro lado do mundo, inserir-me no meio de uma familia já criada e de me proporcionar das melhores experiências já vividas.

O acervo de conhecimentos é enorme e misturam-se com tantos outros já adquiridos.
Vou sentir tanta saudade...

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Apaixonada pelo Oriente

É o quinto dia que estou na Ásia. Meu Deus, como é surpreendente tudo isto!

O primeiro contacto foi a caminho de Hong Kong, num avião Boeing 747-400 que partiu de Amsterdão, onde 90% dos passageiros eram orientais. Num vôo de quase 12 horas, tive tempo para imaginar qual a minha reacção ao pisar pela primeira vez terras asiáticas. Surpreendi-me porque de facto a diferente aqui sou eu. A de pele diferente, olhos grandes e arregalados, a desorientada que não percebe absolutamente nada do que se diz ou do que lê, a que vivia num país em que o trânsito circulava pela direita.

Tudo é gigantesco! Os prédios enormérrimos com andares entre os cinquenta e os cem. Quase que tocam o céu e não deixam entrar o sol. A originalidade também é bem patente. Todos muito robustos e bem desenhados, a fazer prevalecer um bom trabalho de engenharia. À noite, enfeitam-se com cores muito guerridas que faz lembrar qualquer cidade norte americana. Acho que neste campo, Nova York ou Las Vegas começam a ficar invejosas.

Em Macau, embora não haja ninguém que fale o português, é giro ver a língua de Camões bem patente em tudo o que é canto e esquina. Primeiro o chinês/cantonês e em baixo,em jeito de tradução, o português.

Macau essa terra dos trinta casinos que mais parecem mil. Cidade que durante 24h não pára. Tudo aberto e a qualquer hora da noite as ruas estão cheias. Estou maravilhada! Dá vontade de cá ficar.

Hoje, sigo para Singapura. Estou certa que venho de lá ainda mais encantada!

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Viva la vida!

Dias 14, 15 e por fim 16 do InterRail
Partimos de Veneza com destino a Marselha. O objectivo era no sul de França, apanhar o comboio com destino a Aveiro ou Coimbra. Lá, fomo atendidas com a maior má vontade do mundo por uma francesa que não falava inglês e que ironicamente, trabalhava nos serviços internacionais. "Non non non" respondia repetidamente às nossas questões. Mais tarde ainda disse, em francês, que não havia comboio para interrailers até sábado à tarde. Acho que foi a pior notícia que alguém nos podia ter dado naquele dia quela hora em que as forças estavam no limite. Por sorte, apareceu um francês, embora também não soubesse falar inglês, com a sua elevada simpatia e boa vontade, esforçou-se minimamente para nos ajudar e arranjar alternativas.
E foi o pagamento de 86€ pelo bilhete de TGV até Bordéus. Apesar disto, tivémos de permanecer até ao dia seguinte em Marselha. Ultrapassado em muito o nosso orçamento, optámos por ficar a dormir na estação. À meia noite e meia, os seguranças indicaram-nso uma sala de acolhimento, onde poderíamos passar a noite. Dirigimo-nos até lá. Por momentos não sabiamos onde era mais seguro, se na rua ou numa sala com bons metros quadrados, mas que servia de albergue para emigrantes, provavelmente clandestinos ou sem residência fixa, mendigos e alcoólicos. Encontrámos rapidamente um canto. Sentámo-nos e caladas, com receio de soltar qualquer gemido, observávamos cada pessoa que entrava. Medo! Muito medo! Não sei que plavras usar para descrever tal episódio inigualável na nossa vida. Havia pessoas dos 0 aos 90 anos, todos praticamente oriundos do norte de África, logo a lingua que predominava era o árabe, famílias inteiras entravam com cobertores e almofadas na mão. O choro, o escarrar, os gritos de discussão por um estar a ocupar o lugar indevido era constante. Provavelmente, estaríamos no lugar de alguém,mas ninguém teve a coragem de nos incomodar. Talvez o nosso ar de assustadas era bastante intimidador.
Às 4h30, fomos abruptamente acordadas pela polícia francesa. Era a hora de abertira oficial da Gare de Marseille. Ficámos aliviadas e fomos dormir para uma sala melhor, limpa e minimamente acolhedora.
Às 7h da manhã, apanhámos o comboio com destino a Pui, onde faríamos a troca com destino a Coimbra B. Todo este percurso foi mais de 24 horas. Às 8h30 de sábado, dia 16 de Agosto, chegávamos a Portugal, dando por terminado a nossa grande aventura.
Sem dúvida que saímos do nosso último comboio, muito mais felizes e mulheres. Tinhamos acabado de concretizar um sonho de adolescência e que é comum a tantos outros, mas que não tiveram a mesma chance do que nós.
O Viva la vida, dos ColdPlay, é um belo mote para dizer que de facto, a vida consegue sorrir. E durante os dezasseis dias, o sorriso e felicidade foi constante.


quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Veneza, o romantismo mora aqui.

Dia 13 dos 16 do InterRail

Mal saimos da estação esboçámos um enorme sorriso.

Sempre quisémos conhecer esta cidade italiana, onde as ruas eram feitas de canais e onde os carros dão lugar aos barcos e gôndolas. Pois a curiosidade de menina deu lugar à determinação, e agora lá estavamos nós, na famosa Veneza.

A cidade não deixou nada a desejar aos meus sonhos de criança. A cidade não segue a lógica de uma cidade normal, afinal ela não tem nada de comum. As ruas seguem o rumo dos canais e mesmo orientadas por um mapa, é natural perdermo-nos. Os labirintos também fazem parte dela e que deu aso a grandes risadas sempre que nos perdiamos.

Apanhámos um"busboat" até à Piazza San Marco. Escolhemos o mais lento, para admirar o mais possível todo o passeio. Fizémo-lo quase em silencio, sinónimo de espanto e admiração, por cada edifício que enfeitava o canal principal.



























A imponente Basílica de San Marco é a atração principal da famosa praça. Com uma fila enorme para a visitar e com a certeza que voltaríamos, preferimos aproveitar e conhecer melhor cada recanto da cidade. No fim de contas e sem querer desprestigiar os seus monumentos, a principal atração de Veneza é a cidade em si e tudo o que ela transmite.


Tal como todos os outros turistas, divertimo-nos com as centenas de pombas que coabitam com os venezianos. Não se intidam com o ser humano, basta estender os braços que tomam-nos como sendo ramos de árvore e pousam à espera de uma recompensa.

Sem nada em troca, muitas simpatizaram connosco e lá nos cumprimentaram.













As gôndolas estão por todo o lado e são o charme de Veneza. Os que a diferenciam são os gondoleiros charmosos com as famosíssimas boinas e riscas pretas e brancas, assim como os bancos ou almofadas que as compõem de forma a embelezar o passeio e abrilhantar o passeio. Ideal para casais apaixonados que ao som de cantorias de quem os guiam, assentua e realça mais o amor. Não fizemos o passeio por querermos no futuro colmatar a falha, mas com a nossa cara metade.

Numa tarde abrasadora, parámos para beber uma "birra". Repentinamente, surge uma nuvem bastante escura que tapou o sol e transformou o céu.

À noite, os restaurantes enchem e os canais refletem as luzes da cidade, dando um toque especial ao lugar, que se torna ainda mais romântico.


No outro dia, era hora de partir em direcção a casa.

Sem dúvida que éramos umas mulheres felizes. Tinhamos deixado o melhor para o fim. Enquanto não for possível voltar, guardá-la-emos na nossa memória todo o seu esplendor e encanto. Sem dúvida uma cidade a recomendar vivamente.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Por terras de Mozart

Dia 12 dos 16 de InterRail

Às 8h55 da manhã, já estávamos em Viena. Como não pretendíamos dormir em terras austríacas, mal chegámos tratámos da reserva para o nosso último destino, Veneza em Itália.

De seguida, alugámos os cacifos para guardar a trouxa. Praticamente não dormimos e precisávamos de cafeína para arrebitar, logo a procura de um bar foi quase imediata.
Tínhamos um grande objectivo e sonho na Áustria, ver "The kiss" de Gustav Klimt, por isso queríamos estar bem despertas.
Situava-se num antigo palácio convertido agora no Museu Belvedere. A imagem faz parte da moeda de 20 cêntimos do Euro da Áustria.


Mais uma vez foram inflexíveis nas fotografias. Nem sem flash era permitido e com tantos seguranças a vigiar, foi impossível tirar alguma.
De corredor em corredor, finalmente chegávamos à sala onde estavam as obras mais emblemáticas de Klimt. Lá estava eu diante do meu quadro preferido. 180 cm por 180 cm, onde o dourado prevalecia com cores vivas misturadas, que transmitia uma mensagem única cheio de romantismo. Confesso que fiquei estarrecida perante grandiosa obra. Ainda era mais soberba! Por estar protegido sob um vidro à prova de bala, impossibilitou-nos de ver em detalhe as técnicas usadas.
Passámos pela loja dos souvenirs do Belvedere. Não podendo ter o original e sendo bastante difícil ter uma réplica em minha casa, contentei-me em comprar um postal. Hoje, está exposto na minha cómoda.
Saimos pelas traseiras do museu. Fazendo jus ao antigo palácio que foi, tinha um magnífico jardim que dava até a parte histórica da cidade repleta de museus e edifícios soberbos.


Sentíamos que mais um grande objectivo tinha sido cumprido neste InterRail "cultural".

Naquele dia em que as forças começavam a falhar pela primeira vez, vagueámos devagar, de modo a apreciar o melhor possível tudo o que viamos. Desde igrejas, fontes, estátuas, ruas, jardins tudo fazia parte de Viena e era lindo.

































Surpreendidas, apercebemo-nos que havia uma exposição de Tutanchamun e toda a história egípcia no Museum für Völkerkunde, na zona do Museums Quartier. Garantiram-nos que a própria múmia do antigo rei estava lá. Apesar do preço, optámos por não deixar de espreitar. No fim de contas, estávamos perante objectos luxuosos com milhares de anos e que faziam parte duma cultura que enriquece a história humana. Custava 18€, mas nesse dia fizeram-nos um desconto de 50%.

Chegadas à praça principal de Viena, espantámo-nos com a quantidade de Mozarts espalhados na rua a cativar a atenção dos turistas, de forma a convidá-los a assistir às famosas óperas e outros espectáculos. Apesar de estarem também na nossa lista de objectivos a cumprir, optámos por adiá-lo para outra ocasião. Limitámo-nos a ver o que nos rodeava e achar que de facto, a capital austríaca é linda e que muita coisa ficou para ver. Toda ela enfeitada de edifícios históricos, mas rodeada de modernismos arquitectónicos que evidenciavam assim um país bastante evoluído e rico em muitos sentidos.












Às 20h40 tinhamos o comboio que nos levava a Veneza. Antes, por 3€ tomámos banho na estação. Tinhamos direito a meia hora e um balneário bem limpo.

Seguiam-se onze horas de viagem até Itália.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

A malta em Budapeste

Dia 11 dos 16 do InterRail
Budapeste é uma cidade monumental. O Danúbio separa-a em dois. Na parte ocidental do rio fica Buda e Peste na Oriental. É maravilhosa a vista! Das esplanadas dos cafés, mercados ao centro histórico da capital. Supreendeu-nos em todos os sentidos.
Não fazia parte do nosso roteiro inicial feito em Portugal, mas ainda bem que nos lembrámos dela em Praga. Sem dúvida, uma cidade pela qual nos apaixonámos e não nos importávamos de voltar.

Acordámos bem cedo, tomámos o pequeno almoço no hotel, apanhámos o autocarro que nos levou até Peste. Antes de começarmos a percorrer toda a cidade a pé e de mochilas às costas, entrámos num café requintado italiano para beber um café expresso. O café era muito bom e a conta foi 13000F (cerca de 6€).
De seguida começámos a passeata pela Praça Vidagó Redoute que oferece uma grande variedade de restaurantes, galerias de arte, teatro com o Mercado Nacional ao fundo. Entrámos e rapidamente nos cheirou a fruta e vegetais frescos. Curiosamente, estava cheio de turistas não a fazer compras, mas na curiosidade de saber quais os hábitos alimentares húngaros.

















Como encontrámos portugueses em todos os sítios que passámos, este não foi excepção. Um casal de lisboetas meteu-se connosco e trocámos algumas impressões da cidade. Todos concordavam que era de facto uma cidade encantadora.

Para nos protegermos do sol e do imenso calor que se fazia sentir, decidimos almoçar e escrever alguns dos prometidos postais. Encontrámos mais portugueses, desta vez eram "interrailers" como nós.
Energias recarregadas, atravessámos a Ponte dos Leões para voltarmos a Buda, mas também para admirarmos Peste, com Danúbio no meio. Paisagem romântica e calorosa. Sem dúvida que se recomenda.
As termas são um ex libris desta parte da cidade, aproveitámos uma cascata termal para descansarmos e refrescarmo-nos.
Avançámos pela margem ocidental do rio Danúbio, por entre jardins e caminhos pedonais que os ciclistas também utilizavam como sendo deles. Uma vista deslumbrante sempre nos acompanhou, com edifícios cheios de pináculos e telhados esplêndidos que fazem deles característicos e únicos desta parte da Europa.




































Mais tarde, tivémos a ternura do InterRail. Num jardim, por detrás duma igreja, vimos um casal sem-abrigo a dormir numa tranquilidade e meiguice imensa. Arrepiámo-nos de emoção.Instantes antes, havíamos comentado do quão afortunadas éramos por ter tido a oportunidade de concretizar um sonho de adolescência, quando para muitos, esse sonho passa por um abrigo quente e limpo. Ao vê-los pareciam felizes e a não precisar de mais nada, a não ser do carinho e da companhia de um do outro.


Continuámos...

Antes da bateria da máquina acabar, ainda pudémos registar o Parlamento e a Ponte mais antiga de Budapeste que é um símbolo para a cidade. Faz parte da história da cidade, foi construída por engenheiros ingleses com o intuito de unir Buda e Peste, formando assim a capital.

Andámos sempre até à mesma estação do dia anterior, para reservar lugar no comboio do dia seguinte com destino a Viena. Com sorte, chegámos 5 minutos antes do serviço internacional fechar. O Jorge optou por regressar à Republica Checa, nós seguíamos com o roteiro do InterRail. Os horários eram os seguintes: 5h25 comboio internacional com destino a Praga e às 5h55 com destino a Viena.
Antes de jantar, optámos por uma cerveja num bar com a intenção de carregar um pouco as baterias dos telemóveis e máquina fotográfica. Como a noite estava muito agradável, entusiasmámo-nos com a conversa e, sem fome, quando demos por ela, era demasiado tarde e já tinhamos gasto quase todos os florins em cerveja. Valeu-nos a ida ao supermercado, antes de entrar, para abastecermo-nos de leite, iogurtes e croissants para o pequeno almoço.

À 1h da manhã e com as baterias cheias, fomos abancar para a porta da estação à espera que abrissem. A nossa primeira noite na rua. Primeiro algo receosas, depois sentimo-nos seguras, reparámos que havia patrulhas constantes de polícia. O Jorge foi o nosso guarda-costas e enquanto dormíamos, manteve-se acordado e a tomar conta de nós. Por volta das 4h30, um sem-abrigo alerta-nos de que já podíamos entrar, as portas tinham-se aberto.

Chegava o momento da despedida. Dissémos um "encontramo-nos em Portugal" para aquele que foi a nossa melhor companhia dos últimos três dias, o puto Jorge com cara de Pedro, que surgiu do nada numa estação medonha de Praga.