quinta-feira, 30 de outubro de 2008

A Montanha e a Chuva

Um final de tarde, sentada e descalça na areia, a assistir ao recolher do sol, onde a banda sonora se resume ao piar das gaivotas e o quebrar das ondas do mar, é para mim, verdadeiramente revigorante.
Há outras, que basta abrir um livro que esteja esquecido na estante ou na mesa de cabeceira, que esconde poemas ou desabafos que por vezes parecem estupidamente banais ou com analogias sem sentido, mas que em certas alturas...parecem que se conjugam e têm um significado, que mediante o estado de espírito, são mensageiros.

Hoje, abri um e li este poema. De seguida, escutei-o cantado pelo próprio autor e pela Maria Betânia.
Maravilhosamente, senti-me a montanha...


Eu queria tanto lhe dizer
Da minha solidão, da minha solidez
Do tempo que esperei por minha vez,
Da nuvem que passou e não choveu

Minhas mãos estão no ar
Como aeroporto pra você aterrar
Também sou porto, se quiseres ancorar
Sou ar, sou terra e sou mar

Eu tenho a mão e você tem a luva,
Eu sou a montanha e você é a chuva
Que escorre e some no final da curva
E beija o rio, pra abraçar o mar

É por isso que a montanha tem ciúmes
Quando o vento leva a chuva pra dançar
Muitas vezes tudo acaba em tempestade
Raios gritam sobre a tarde,
Tardes dormem ao luar,
Anoitece à minha espera,
Amanheço a te esperar...

A montanha e a chuva - Orlando Morais

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

#41

Hoje, não me sai da cabeça esta música.



Come and see
I swear by now
I'm playing time against my troubles
I'm coming slow but speeding...
Do you wish a dance and while
I'm in the front my play on time is won
But the difficulty is coming here...

I will go in this way
And find my own way out
I won't tell you how to be
But I`m coming to much more...
Me
All at once the ghosts come back
Reeling in you now
Oh tell me when they came down crushing
It used to be
that you and me play for all of the loneliness
that nobody notices now
I'm begging slow I'm coming here...
I`m waiting
I wanted to stay
I wanted to play
I wanted to love you

I'm only this far
And only tomorrow leads my way

I'm coming waltzing back
and moving into your head
Please, I wouldn't pass you by
Oh no and I wouldn't take any more than I need
What sort of man goes by?
I will bring water
Why won't you ever be glad?
It melts into wonder
Oh, you know I'm praying for you
Why won't you run in to rain and play?
Let tears splash all over you

Dave matthews Band - #41

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Hong Kong

Estive somente dez horas, mas foi o suficiente para deslumbrar a infinidade de mais arranha céus soberbos. Na ausência de mais adjectivos que descrevam tudo aquilo que vislumbrei, limito-me a deixar algumas fotos. Espero que sejam capazes de demonstrar a imensidão desse lugar...


Lá do pico, no ponto mais alto da ilha de Hong Kong, sob uma nuvem de poluição, consegue-se ter outro ponto de vista para a gigantesca cidade.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Singapore

Singapura, esse país das mil proibições, onde reina uma das maiores potencias económicas asiáticas, assim como também é bem notória a ocidentalização.

Aqui também dois mundos se cruzam. Os habitantes são na maioria chineses, mas lá os indianos são uma comunidade de tal forma vincada, que o Little India já faz parte de uma das referências turisticas e pontos obrigatórios a visitar.

Quando descobrimos o lugar, ficámos estupefactos com a agitação que também lá morava. Ruas desinquietas, com trânsito confuso, caixotes nos passeios, lixo no chão, esplanadas repletas e restaurantes cheios, onde talheres era algo que ignoravam. Foi lá a nossa morada durante três noites e, rapidamente nos apercebemos, que o fernezim nem por sombras acalmava a qualquer hora do dia. Tudo mantinha-se aberto durante as 24 horas do dia, até mesmo o centro comercial gigantesco, o Mustafa Center. Para que conste, se me vendassem os olhos e me soltassem no meio, decerto que pensaria que estaria no país do Taj Mahal.

Singapura, ex-colónia inglesa, onde a língua oficial é o inglês, tornou-se num país moderno e excêntrico, com prédios grotescos parecendo querer rasgar o céu, evidenciando assim grandes projectos de arquitectura e engenharia, causando uma inevitável admiração pela sua singularidade. Aproveitámos o final de tarde e não quisemos perder a altura em que o sol se recolhia por detrás deles.


Com a noite, os edifícios iluminaram-se tornando-os ainda mais espectaculares e transformando uma cidade ainda mais vigorosa. Deu para ficar com bons registos.


A par disso, também é um país onde se preserva a natureza e mundo animal. Ainda tivémos tempo de fazer um Night Safari no Jardim Zoológico, mas antes, no Singapore Botanic Garden, debaixo de chuva, assistimos a um fantástico concerto de uma orquestra, que afinadamente tocavam covers americanos, num sumptuoso palco rodeado de nenúfares. Foi fantástica a sensação! Ali, a música e a natureza conjugavam-se de tal forma, que proporcionavam aos que assistiam, embora encharcados, um belo final de tarde.