domingo, 14 de dezembro de 2008

Por terras de nuestros hermanos...

Partimos com destino a Madrid, mas antes, virado ao norte do país, fomos surpreendidos com a mudança da cor do alcatrão da IP3. À medida que nos aproximávamos de Bragança, os flocos de neve engrossavam fazendo com que as escovas do mini trabalhassem a dobrar e a cor negra da estrada se convertesse em branco, causando um inevitável acompanhamento dos limpa-neves.

Antes de partirmos em direcção à capital espanhola, pudémos ver a nossa cidade brigantina pintada de branco! Fantástico! E foi este o cenário que nos acompanhou até ao túnel, mesmo às portas de Madrid. O frio, esse não se intimidou e quis-nos acompanhar durante todo o fim de semana. Não importava, a ansia e o fernezim que os cinco tinham, eram o suficiente para nos aquecer e manter animados até ao dia do regresso. No fim de contas, era uma viagem que desde Junho estava planeada e marcada no calendário de cada um. Estavámos lá, por causa do nosso Cirque du Soleil.

Mas antes quisémos fazer o devido reconhecimento à cidade. O nosso hostel, ficava mesmo no centro da cidade, bem perto da Praça Maior e a dois reais passos do "Museo do Jámon". Perfeito!

O fernezim dos espanhóis era extraordinário e de admirar a energia que perdura até às 7h da manhã como se fossem 3h da tarde e acabassem de acordar. Ruas cheias de enfeites de Natal, atulhadas de gente carregada de coisas, onde a banda sonora eram os constantes e infernais apitos dos táxis que, independentemente da hora, apitavam como se o mundo fosse acabar no minuto seguinte.

Demos então a volta total à cidade. Desde os estádios do Real e Atlético Madrid à Estação de La Tocha, nada nos escapou.
Ainda na Autovia, antes de chegarmos a Madrid, avistámos ao longe quatro enormérrimos edifícios, com uma arquitectura interessante. Eram tão grandes que pareciam verem-se bem de qualquer parte da cidade. Depois de alguma pesquisa, já em Portugal, descobri que se tratam dos maiores edifícos da Europa e têm cerca de cinquenta andares.
No domingo - o grande dia do espectáculo, antes de almoçar com uns amigos espanhóis, fomos até ao Terminal 4 do aeroporto tomar o pequeno almoço com o Adérito. Quase que parecia ter vindo de propósito de Vagos, só para nos acirrar que estava de partida para um país, onde o calor era rei e senhor.
Na parte oposta da cidade, onde estava montada a tenda do Varekai, quisémos passear pelos inúmeros jardins do Parque dos Retiros que fica mesmo em frente ao Museo del Prado.

Fantástico final de tarde! As cores do sol, que vergonhosamente aparecia, combinavam na perfeição com os diversos tons de verde que enfeitavam e faziam parte do parque, repleto de jardins fantásticos que coleccionam flores, plantas e árvores de todo o tamanho e feitio, oriundos de toda a parte do planeta que pareciam escondidos e protegidos por umas modestas grades cinzentas.

Vagueámos pelos caminhos e demos de conta que também havia lagos e sumptuosos monumentos. A estupefacção foi unânime, engrandecendo em larga escala o nosso dia.



Ainda houve quem persistisse em encontrar "caches" perdidas, mas desta vez o frio, a par com o timming, foi embatível e quase aos pulinhos, fomos de mapa na mão até ao nosso ansiado espectáculo.

Uau!!! Lá estava ele! Parecíamos miúdos e os nossos lugares na terceira fila, mesmo em frente ao palco, onde podíamos ver qualquer risco mal feito em cada artista, estava à nossa espera.



No final, obviamente que a alegria e o entusiasmo tomou conta de nós. As conversas seguintes, acompanhadas de belas cañas, rondaram à volta deste maravilhoso mundo do circo do sol.

No dia seguinte, despedimo-nos da italiana com quem dividimos o quarto, fomos até à Plaza Mayor, almoçámos e retomámos o caminho de regresso a Portugal. Foi um fim de semana maravilhoso, onde ,apesar do frio e vento agreste que se fez sentir durante todo o tempo, não acalmou a boa disposição e a alegria de cinco portugueses que sairam de Espanha mais encantados e dispostos a percorrer o mundo atrás de um circo que tem muito mais do que artistas. É um místico de teatro, música e sonho que justifica bem a palavra arte.

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