terça-feira, 2 de setembro de 2008

A malta em Budapeste

Dia 11 dos 16 do InterRail
Budapeste é uma cidade monumental. O Danúbio separa-a em dois. Na parte ocidental do rio fica Buda e Peste na Oriental. É maravilhosa a vista! Das esplanadas dos cafés, mercados ao centro histórico da capital. Supreendeu-nos em todos os sentidos.
Não fazia parte do nosso roteiro inicial feito em Portugal, mas ainda bem que nos lembrámos dela em Praga. Sem dúvida, uma cidade pela qual nos apaixonámos e não nos importávamos de voltar.

Acordámos bem cedo, tomámos o pequeno almoço no hotel, apanhámos o autocarro que nos levou até Peste. Antes de começarmos a percorrer toda a cidade a pé e de mochilas às costas, entrámos num café requintado italiano para beber um café expresso. O café era muito bom e a conta foi 13000F (cerca de 6€).
De seguida começámos a passeata pela Praça Vidagó Redoute que oferece uma grande variedade de restaurantes, galerias de arte, teatro com o Mercado Nacional ao fundo. Entrámos e rapidamente nos cheirou a fruta e vegetais frescos. Curiosamente, estava cheio de turistas não a fazer compras, mas na curiosidade de saber quais os hábitos alimentares húngaros.

















Como encontrámos portugueses em todos os sítios que passámos, este não foi excepção. Um casal de lisboetas meteu-se connosco e trocámos algumas impressões da cidade. Todos concordavam que era de facto uma cidade encantadora.

Para nos protegermos do sol e do imenso calor que se fazia sentir, decidimos almoçar e escrever alguns dos prometidos postais. Encontrámos mais portugueses, desta vez eram "interrailers" como nós.
Energias recarregadas, atravessámos a Ponte dos Leões para voltarmos a Buda, mas também para admirarmos Peste, com Danúbio no meio. Paisagem romântica e calorosa. Sem dúvida que se recomenda.
As termas são um ex libris desta parte da cidade, aproveitámos uma cascata termal para descansarmos e refrescarmo-nos.
Avançámos pela margem ocidental do rio Danúbio, por entre jardins e caminhos pedonais que os ciclistas também utilizavam como sendo deles. Uma vista deslumbrante sempre nos acompanhou, com edifícios cheios de pináculos e telhados esplêndidos que fazem deles característicos e únicos desta parte da Europa.




































Mais tarde, tivémos a ternura do InterRail. Num jardim, por detrás duma igreja, vimos um casal sem-abrigo a dormir numa tranquilidade e meiguice imensa. Arrepiámo-nos de emoção.Instantes antes, havíamos comentado do quão afortunadas éramos por ter tido a oportunidade de concretizar um sonho de adolescência, quando para muitos, esse sonho passa por um abrigo quente e limpo. Ao vê-los pareciam felizes e a não precisar de mais nada, a não ser do carinho e da companhia de um do outro.


Continuámos...

Antes da bateria da máquina acabar, ainda pudémos registar o Parlamento e a Ponte mais antiga de Budapeste que é um símbolo para a cidade. Faz parte da história da cidade, foi construída por engenheiros ingleses com o intuito de unir Buda e Peste, formando assim a capital.

Andámos sempre até à mesma estação do dia anterior, para reservar lugar no comboio do dia seguinte com destino a Viena. Com sorte, chegámos 5 minutos antes do serviço internacional fechar. O Jorge optou por regressar à Republica Checa, nós seguíamos com o roteiro do InterRail. Os horários eram os seguintes: 5h25 comboio internacional com destino a Praga e às 5h55 com destino a Viena.
Antes de jantar, optámos por uma cerveja num bar com a intenção de carregar um pouco as baterias dos telemóveis e máquina fotográfica. Como a noite estava muito agradável, entusiasmámo-nos com a conversa e, sem fome, quando demos por ela, era demasiado tarde e já tinhamos gasto quase todos os florins em cerveja. Valeu-nos a ida ao supermercado, antes de entrar, para abastecermo-nos de leite, iogurtes e croissants para o pequeno almoço.

À 1h da manhã e com as baterias cheias, fomos abancar para a porta da estação à espera que abrissem. A nossa primeira noite na rua. Primeiro algo receosas, depois sentimo-nos seguras, reparámos que havia patrulhas constantes de polícia. O Jorge foi o nosso guarda-costas e enquanto dormíamos, manteve-se acordado e a tomar conta de nós. Por volta das 4h30, um sem-abrigo alerta-nos de que já podíamos entrar, as portas tinham-se aberto.

Chegava o momento da despedida. Dissémos um "encontramo-nos em Portugal" para aquele que foi a nossa melhor companhia dos últimos três dias, o puto Jorge com cara de Pedro, que surgiu do nada numa estação medonha de Praga.

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